Os Templos de Khajuraho: Um Olhar Tântrico sobre a Sexualidade e o Sagrado
- Christiano Kubis (Dhyan Bhavti)
- 23 de set. de 2024
- 4 min de leitura
Por Christiano Kubis (Dhyan Bahvti)
No coração da Índia, entre paisagens que parecem contar histórias ancestrais, ergue-se um conjunto de templos que desafia nossas percepções modernas sobre o sagrado e o profano. Os Templos de Khajuraho, construídos entre os séculos IX e XII pela dinastia Chandela, são muito mais do que simples estruturas de adoração. Eles são uma manifestação física da filosofia tântrica, onde a vida cotidiana, incluindo a sexualidade, é celebrada como uma expressão divina.

Esses templos, localizados no estado de Madhya Pradesh, se destacam tanto pela sua impressionante arquitetura Nagara, com torres curvilíneas que se erguem ao céu, quanto pelas suas esculturas intricadas, esculpidas em arenito. Apesar de grande parte das representações artísticas desses templos abordar cenas da vida diária, música, dança e devoção religiosa, é a presença de esculturas eróticas em uma pequena parte que intriga e fascina visitantes e estudiosos de todo o mundo. Essas representações são muito mais do que meros ornamentos, elas são um convite a uma compreensão mais profunda da relação entre o corpo e o espírito.

No contexto do Tantra Clássico, o corpo humano e a sexualidade são vistos como portais sagrados para a experiência espiritual. Os Templos de Khajuraho encapsulam essa visão de maneira magistral, apresentando o sexo não como algo a ser temido ou reprimido, mas como um caminho para o divino. Aqui, o ato sexual é comparado a uma forma de oração, onde a entrega e a vulnerabilidade são essenciais para alcançar uma conexão mais profunda com o universo e consigo mesmo.
A filosofia tântrica que inspira esses templos ensina que o divino e o mundano não são opostos, mas, na verdade, são partes complementares da existência. Essa unidade entre o material e o espiritual está presente em cada detalhe de Khajuraho, nos convidando a repensar nossa relação com o corpo, com a vida e com a própria espiritualidade. No Tantra, tudo é sagrado – desde o ato mais simples do cotidiano até os momentos mais íntimos. A mensagem transmitida pelas esculturas é clara: a vida, em todas as suas formas, é uma manifestação do divino.

A Beleza e a Arte de Khajuraho
Além de seu significado espiritual, os templos são uma obra-prima da arquitetura indiana medieval. Cada um deles repousa sobre uma plataforma elevada, chamada de jagati, e suas torres, ou shikharas, parecem alcançar o céu, em uma metáfora visual de ascensão espiritual. O uso do arenito permitiu aos artesãos da época esculpir detalhes minuciosos, com uma precisão que ainda hoje impressiona pela sua complexidade e beleza.

Apesar de as esculturas eróticas ocuparem uma pequena parte das paredes externas, elas se destacam por sua ousadia e sutileza. Algumas interpretações sugerem que elas representam ensinamentos tântricos, enquanto outras as veem como uma celebração da vida em todas as suas formas, inclusive as mais íntimas. De qualquer maneira, essas obras provocam uma reflexão sobre a aceitação do corpo e da sexualidade como partes intrínsecas da nossa existência.
Uma Herança a Ser Preservada
Declarados Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1986, os Templos de Khajuraho continuam a ser um importante destino de peregrinação religiosa e um ponto turístico de renome mundial. Sob os cuidados da Archaeological Survey of India (ASI), essas estruturas são cuidadosamente preservadas, para que as futuras gerações possam continuar a se maravilhar com sua beleza e a aprender com seus ensinamentos.
Ao visitar os Templos de Khajuraho, não se trata apenas de admirar a habilidade artística dos artesãos medievais, mas de contemplar a própria essência da filosofia tântrica: a aceitação e integração do corpo, da sexualidade e da espiritualidade como aspectos inseparáveis da experiência humana. A mensagem de Khajuraho é tão relevante hoje quanto era há mais de mil anos: tudo é divino, e a vida em sua plenitude deve ser vivida com consciência, respeito e celebração.

Ao contemplar a grandiosidade dos Templos de Khajuraho e a visão tântrica que eles representam, somos convidados a refletir sobre nossas próprias percepções de espiritualidade, corpo e sexualidade. Será que estamos prontos para enxergar o divino em cada aspecto da vida, sem julgamentos ou separações? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe sua visão sobre essa fascinante interseção entre o sagrado e o cotidiano. E, se esse artigo te inspirou, não esqueça de deixar um like e me acompanhar para mais reflexões profundas sobre o Tantra e o mundo espiritual.

Christiano Kubis (Dhyan Bahvti) é autor do livro Raízes Tântricas, parte da série Tantra Sem Segredos. Terapeuta corporal e vibracional com abordagem tântrica. Facilitador de práticas tântricas individuais, terapia tântrica, massagem tântrica, meditação, cursos privativos, atividades em grupo e coordenador de Formação em Tantra e Capacitação em Terapêutica Tântrica em Curitiba.
Ebook Raízes Tântricas: https://labdespertar.hotmart.host/raizestantricas
Saiba mais sobre o Bahvti: https://www.labdespertar.com/dhyanbahvti
Referência: KUBIS, Christiano; BAHVTI, Dhyan. Os Templos de Khajuraho: Um Olhar Tântrico sobre a Sexualidade e o Sagrado por Christiano Kubis (Dhyan Bahvti) em Integrolab Labdespertar Desenvolvimento Humano: https://www.labdespertar.com/. Publicado em: 23 set. 2024.
ITILAB - Instituto de Tantra Integrolab Labdespertar Desenvolvimento Humano | Integrolab Labwakening - Brazilian Tantra Institute | Integral Flow Método Labdespertar de Massagem Tântrica | Integral Flow Method of Labwakening Brazilian Tantra Massage.
Comments