Explore a Evolução do Tantra: Um Caminho da Antiguidade ao Renascimento Moderno

Por Christiano Kubis (Dhyan Bahvti)

Imagine uma prática antiga, que começou nas margens de rios antigos, e hoje influencia a espiritualidade e o bem-estar ao redor do mundo. O Tantra é essa prática — um caminho que se estende por milênios, desafiando o tempo e as tradições, oferecendo uma jornada única de descoberta e conexão. Nesta exploração, vamos acompanhar a trajetória do Tantra, desde seus primeiros sussurros nas civilizações antigas até sua ressurreição e reinterpretação no mundo moderno.

Fase Pré-Clássica ou TANTRA ANCESTRAL

O Início: Sussurros das Antigas Civilizações

(c. 8000 a.C. - 3500 a.C.)

Há mais de quatro mil anos, nas margens do Vale do Indo, xamãs e sacerdotisas realizavam rituais para honrar a natureza e a força criativa da vida. Essas práticas ancestrais eram passadas de mestre para discípulo, celebrando o sagrado feminino e a energia da fertilidade como as forças mais poderosas do universo. Cultos a deidades femininas e rituais de fertilidade moldavam as práticas espirituais, refletindo os ciclos de criação, morte e regeneração, como as marés do cosmos.

Fase Clássica ou Medieval

A Era dos Textos Sagrados: Sabedoria dos Mestres e Mistérios Revelados

(c. 5oo d.C - 1200 d.C.)

À medida que os séculos avançaram, entre os séculos V e X o Tantra começou a se formalizar em textos escritos, como os Tantras Shaivas e Budistas. Mestres como Abhinavagupta sistematizaram os ensinamentos tântricos, integrando meditação, rituais e representações de arquétipos e deidades como Shiva e Shakti. Este período marcou um aprofundamento filosófico e espiritual, buscando transcender a dualidade e unir o indivíduo ao cosmos.

Mandalas, yantras (geometrias sagradas) e mantras (sons de poder) tornaram-se centrais, enquanto os rituais sexuais eram vistos como portais para o divino. Embora tenha sido a era de ouro do Tantra, também foi um tempo de críticas e conflitos com tradições religiosas emergentes na Índia.

Fase Pós-Clássica ou Neotântrica

Do Sagrado ao Profano: A Jornada para o Ocidente

(c. 1200 d.C. - Presente)

A introdução do Tantra ao Ocidente é marcada por figuras como Pierre Bernard, que trouxe as práticas tântricas para novas audiências, enfatizando uma abordagem diferente. No início do século XX, Sir John Woodroffe, também conhecido como Arthur Avalon, tornou-se um pioneiro ao traduzir e apresentar o Tantra ao público ocidental, apesar das críticas e desafios.

Woodroffe enfrentou críticas por suas traduções acadêmicas e questionamentos sobre a captura verdadeira do espírito tântrico. No entanto, seu trabalho abriu portas para uma compreensão mais profunda do Tantra, embora as interpretações ocidentais fossem frequentemente influenciadas por perspectivas modernas e comerciais.

O movimento Neotantra, liderado por figuras como Osho, reinterpretou o Tantra não apenas como uma prática sexual, mas como um caminho para a libertação pessoal e espiritual. Técnicas como respiração, toque consciente e meditação foram introduzidas, prometendo não apenas prazer, mas uma nova forma de conexão energética. No entanto, essa popularização trouxe a desconexão com as raízes espirituais originais e uma comercialização que muitas vezes desviava do sentido sagrado.

Fase Contemporânea

Renascimento e Reflexão: Redescobrindo o Verdadeiro Tantra (Século XXI - Presente)

Hoje, o Tantra está em processo de reinvenção. Estudiosos e praticantes estão trabalhando para resgatar as práticas autênticas e encontrar um equilíbrio entre tradição e modernidade. O foco está em uma prática que respeite suas origens e se adapte ao contexto atual, incorporando meditação, estudo dos textos antigos e práticas corporais e energéticas, como o despertar da kundalini (energia espiritual, sexual e criativa) e a harmonização dos chakras (centros energéticos).

Estamos em um ponto de inflexão onde o Tantra pode se reinventar, mantendo sua essência. A oportunidade é de unir o sagrado e o cotidiano, o divino e o mundano, trazendo de volta o respeito por uma tradição que, apesar dos desafios, continua viva e pulsante.

O Eterno Retorno do Sagrado

O Tantra, ao longo dos séculos, resistiu a invasões, adaptações e distorções. É uma tradição que não pode ser contida, pois reflete a busca humana pela conexão, unidade e transcendência. Explorar suas fases revela que os saberes tântricos não são apenas práticas, mas uma busca contínua por autoconhecimento e compreensão do mundo. Um convite para olhar para dentro e descobrir que, assim como o Tantra, somos uma fusão do antigo e do novo, do visível e do invisível, em uma dança infinita entre o mundano e o divino.

Ao longo dos milênios, o Tantra tem se revelado como uma prática atemporal, capaz de se adaptar e florescer mesmo diante dos desafios do tempo e das mudanças culturais. Refletir sobre essa trajetória é um convite para explorar, de maneira profunda e pessoal, os mistérios da existência e da espiritualidade. Agora, após essa jornada histórica e espiritual, que tal compartilhar suas reflexões? Sua visão pode enriquecer essa discussão. Deixe um comentário ou curta o post para continuar essa troca de ideias e aprofundar nossa compreensão coletiva sobre o renascimento e a evolução do Tantra!

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Christiano Kubis (Dhyan Bahvti) é autor do livro Raízes Tântricas, parte da série Tantra Sem Segredos. Terapeuta corporal e vibracional com abordagem tântrica, coordenador de formação e capacitação em Tantra e Terapêutica Tântrica. Facilitador de práticas tântricas individuais, terapia tântrica, massagem tântrica, cursos privativos e atividades em grupo de Tantra em Curitiba.

Ebook Raízes Tântricas: https://labdespertar.hotmart.host/raizestantricas

Saiba mais sobre o Bahvti: https://www.labdespertar.com/dhyanbahvti

Referência: KUBIS, Christiano; BAHVTI, Dhyan. Explore a Evolução do Tantra: Um Caminho da Antiguidade ao Renascimento Moderno por Christiano Kubis em Instituto Integrolab Labdespertar - Tantra e Desenvolvimento Humano: https://www.labdespertar.com/. Publicado em: 14 set. 2024.

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